terça-feira, 12 de novembro de 2013



 
       O termo condromalácia patelar, ou popularmente conhecido como: “joelho de corredor” é muito comum no meio esportivo e conseqüentemente nos deparamos muito com ele nas academias, principalmente entre os corredores, por isso pelo qual o treinamento resistido é tão importante como forma de tratamento.
 
       A condromalácia patelar é uma patologia crônico degenerativa e consiste no amolecimento da cartilagem retro patelar e dos côndilos femorais correspondentes, causando dor, edema e crepitação na região anterior do joelho, podendo ser classificada em quatro graus:

GRAU | CARACTERÍSTICA
 
I | Amolecimento e edema na cartilagem
 
II | Fissuras da cartilagem
 
III | Áreas de fissuras começar atingir o osso
 
IV | Perda completa da cartilagem, com exposição e erosão do osso.
 
       Sua etiologia é proveniente de uma ação compressiva anormal repetida entre a cartilagem da tróclea femoral e da cartilagem da patela, que ocorre na maioria dos casos devido ao excesso de atividade física, como corridas excessivas ou sobrecarga de peso, podendo ocorrer também por traumas e aumento do ângulo Q ( joelho valgo).
 
       O malefício gerado pela atividade física excessiva deve-se normalmente a um desequilíbrio muscular do quadríceps, onde o vasto medial normalmente é menos tonificado que o vasto lateral, gerando um desalinhamento da patela e também devido aos músculos isquotibiais e gastrocnêmio, que normalmente encontram-se encurtados, além do tipo de pisada (normalmente pronada) durante a marcha, causando uma rotação interna da tíbia, o que favorece a semiflexão de joelho e conseqüentemente um ligeiro aumento de pressão da patela sobre a tróclea femoral.
A condromalácia patelar não tem cura, a não ser que seja realizada uma cirurgia para inserção de prótese, porém há tratamentos que permitirão aos indivíduos adeptos dos exercícios físicos treinarem normalmente, mas esses deverão sempre seguir algumas recomendações: colocar gelo nos joelhos sempre após os exercícios, realizar sempre aquecimento (geral e específico) em torno de 10 a 15 minutos, após os treinos realizar  alongamentos de 10 a 15 segundos para cada movimento, evitar correr em aclives e subir muitas escadas, dentre outras.
 
       O treinamento resistido é vital para o tratamento dessa patologia devido ao desequilíbrio muscular existente. Citei anteriormente a questão entre o músculo vasto lateral e vasto medial, mas também devemos nos ater para todos os outros músculos do membro inferior, que geralmente estão hipotônicos, como os músculos do quadril: glúteo máximo, glúteo médio, tensor da fascia lata, iliopsoas, sartório; posteriores de coxa: isquiotibias e panturrilha: gastrocnêmio, entre outros grupos musculares. Na maioria dos casos, há também um encurtamento dos isquitibiais e gastrocnêmio que desencadeiam o quadro da condromalácia.
 
       Portanto para reequilibro da musculatura dos membros inferiores, é necessário darmos ênfase ao fortalecimento do vasto medial, e como fazemos isso?
 
-Cadeira extensora 0-30 graus (pode ser feito unilateral também)
 
-Extensão de joelho + adução (utilizando uma bola)
 
-Mini agachamentos
 
       Outros exercícios imprescindíveis para essa patologia são:
 
- Isometrias, na cadeira extensora e mesa flexora
 
- Cadeira adutora, adução com caneleira, cadeira abdutora e abdução com caneleira
 
- Flexão de quadril no aparelho ou com caneleira
 
-Extensão de quadril no aparelho ou com caneleira
 
- Leg Press 180 graus –  utilizando bola – unilateral, realizando no máximo 90 graus de flexão dos joelhos
 
- Equilibrio unipodal no bozu
 
- Exercícios de propriocepção, como o acima.
 
       Por tanto, todos os exercícios devem ser feitos com o máximo de cautela, evitando a flexão de joelho abaixo de 90 graus nos exercícios resistidos, e a sobrecarga excessiva,evitar as escadas. Realização de sessões de alongamento, visando à melhora da flexibilidade, onde as posições devem ser mantidas no mínimo por 30 segundos, de 2x a 3x (em dias alternados com o treinamento resistido), principalmente para posterior de coxa e sempre estando acompanhado por um educador físico.


Prof. Wagner Guimarães 

Referências:
- Danilopersonaltrainer.com
- Amorin A.A; Machado F.A Condromalácia Patelar: Aspectos Estruturais, Moleculares, Morfológicos e Biomecânicos. Revista de Educação Física No 130, 2005.
- FULKERSON JP, BUUCK DA, POST WR. Disorders of the Patellofemoral Joint. 3ª ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1997.
- MACHADO, Fábio Alves; AMORIN, Álvaro Anderson. Condromalácia patelar: Aspectos estruturais, moleculares, morfológicos e biomecânicos. 2005. Disponível em: <http://cev.org.br/biblioteca/condromalacia-patelar-aspectos-estruturais-moleculares-morfologicos-biomecanicos/>
- MAFFULLI N. Anterior knee pain: an overview of management options. In: PUDDU, G., GIOMBINI, A., SELVANETTI, A. Rehabilitation of Sports Injuries. Berlin, Germany:
- Springer-Verlag, 2001;148-53
- VAATAINEN U, KIVIRANTA I, JAROMA H, AROKOSI J, TAMMI M, KOVANEN V. Collagen crosslinks in chondromalacia of the patella. Int J Sports Med 1998; 19(2):144-8.

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